PADRES
APOLOGISTAS
O que fizeram os padres
apologistas?
No
século II depois de Cristo, encontramos uma geração de escritores cristãos que
se propuseram a defender a doutrina do cristianismo. O cristianismo expandiu
rápido dentro do Império Romano, mas também enfrentou muitas críticas. Diante
das acusações e das perseguições sofridas, alguns padres da Igreja utilizaram
apologias para fazer uma defesa pública do que ensinava e pretendia o
cristianismo.
As
apologias são textos dirigidos às autoridades romanas direta ou indiretamente
que contêm os princípios básicos da fé cristã, explicados e justificados. Tudo
começou com uma carta que Quadrato de Atenas (morreu em 129) dirigiu ao
imperador Adriano. O objetivo destes textos era esclarecer para as autoridades
e para os intelectuais daquela época as razões da fé cristã e,
consequentemente, para obter tolerância religiosa.
Os
principais padres apologistas
Seguem os principais padres
apologistas:
Aristides de Atenas (morto em 130):
Escreveu
um discurso de apologia ao imperador Adriano argumentando sobre a grandeza do
cristianismo em relação às religiões da antiguidade.
Justino Mártir (165): Ele
utilizou o discurso filosófico para defender o cristianismo. Escreveu ao
imperador Marco Aurélio. Suas principais obras são as Apologias e o Diálogo com
Trifão.
Hipólito de Roma (160-235): Escreveu
a obra Tradição Apostólica retratando os costumes e as tradições dos séculos II
e III da Igreja.
Apolinário de Hierápolis (século II):
Escreveu também um discurso aos imperador Marco Aurélio.
Atenágoras de Atenas (133-190):
Escreveu uma petição ao imperador Marco Aurélio em favor dos cristãos que eram
acusados de ateísmo, incesto, antropofagia.
Teófilo de Antioquia (-181):
A sua obra Autólico é uma apologia do cristianismo diante das demais
filosofias.
Clemente de Alexandria (150-215): Foi
chefe da famosa Escola Catequética de Alexandria e procurou harmonizar a fé e o
conhecimento. Obras principais: Stromata,
Pedagogo e Discurso aos Gregos.
Minúcio Félix (175-220):
Era um advogado romano e através da obra Octavius
defendeu os cristãos das acusações que eram levantadas contra eles.
Consequências
da atuação dos apologistas
As
apologias utilizam argumentos filosóficos para sustentar a fé cristã. O
platonismo e o estoicismo, duas escolas filosóficas em voga naquele tempo,
foram utilizadas para dar um discurso mais racional e intelectualizado ao
cristianismo que originalmente era uma religião de iletrados. Este exercício
dos padres apologistas possibilitou mais tarde o surgimento de uma filosofia
cristã.
Portanto,
o cristianismo em sua vertente discursiva é resultado do cruzamento do anúncio
da fé em Jesus ressuscitado com o pensamento filosófico grego. Os concílios que
normatizaram os dogmas cristãos platonizaram a mensagem de Jesus. Na verdade,
aconteceu um movimento cruzado: Os defensores da religião cristã cristianizaram
Platão e acabaram também platonizando Jesus. O método de interpretação do
cristianismo a partir de conceitos filosóficos contribuiu também o
desenvolvimento da teologia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário