1.
Introdução
Desde
a Reforma Protestante, foi reacendido um antigo debate sobre quais livros
seriam, de fato, inspirados por Deus. A Igreja Católica manteve o cânone mais
longo chamado de “alexandrino”, enquanto, os protestantes optaram pelo mais
curto chamado de “palestinense”. Segundo uma tradição, os judeus fixaram seu
cânone no Concílio de Jâmnia, nos fins do século I, excluindo os livros em
grego que estavam incorporados na Septuaginta.
Os reformadores seguiram a lista do cânone palestinense, porém, eles mantiveram
os livros deuterocanônicos como apêndice. Eles os consideraram como
instrutivos.
Por
mais que haja uma tentativa de simplificação desta questão, na verdade, o
assunto é mais complexo. Os cânones nunca tiveram fronteiras muito definidas. Os primeiros cristãos utilizaram muitos livros
além dos atuais cânones ocidentais. Os critérios para classificar os livros
variaram de uma tradição eclesial para outra. Determinar o que Deus inspirou ou
não é uma questão muito subjetiva e foi pensada de diversos modos na história. Portanto,
a canonização dos livros dependeu de condições históricas e sociais específicas
e que variaram de uma região para outra. É processo resultante do consenso das
igrejas.
2.
Os
cânones bíblicos orientais
A
questão do cânone é mais complexa do que se imagina, além dos dois cânones em
vigor no Ocidente, outras listas de livros são seguidas no Oriente.
Cânone de Igreja Ortodoxa Etíope:
Ele contém todos os livros do cânone católico e acrescenta no Antigo
Testamento: Jubileus, Enoque, 2º Esdras, Esdras Sutuel, 3º Macabeus, Tegsats
(Repreensão), Livro de Josefas, filho de Bengorion e Salmo 151. No Novo
Testamento, além dos canônicos ocidentais, há também Livro da Ordem, Livro do
Arauto, Gitsew, Abtilis, 1º Livro de Dominos, 2º Livro de Dominos, 1ª Clemente
e Didascália. São 46 do Antigo Testamento e 35 no Novo Testamento.[1]
Nas
demais Igrejas Ortodoxas, há algumas variações. São aceitos como apêndice o 4º
Macabeus, a Oração de Manassés no final de 2º Crônicas. Na Igreja Ortodoxa
Russa, inclui-se o 3º Esdras.[2]
Esta Igreja deixou a inclusão do cânone alexandrino como facultativo.[3]
Referências:
KLEIN, Carlos Jeremias. O Cânon do Antigo
Testamento nas igrejas cristãs. Revista Eletrônica Correlatio v. 11, n. 21, p. 163-181, 2012.
PODHAJSKI, Maksym. Biblical Canon: Formation & Variations in
Different Christian Traditions. Rocznik
Teologii Katolickiej, tom XVI/3, rok, p. 37-52, 2017.
[1][1] Conferir cânon da Igreja Etíope:
https://www.ethiopianorthodox.org/english/canonical/books.html.
Acesso em 12 set. 2019.
[2] PODHAJSKI, Maksym. Biblical Canon: Formation & Variations in Different Christian
Traditions. Rocznik Teologii Katolickiej,
tom XVI/3, rok 2017, p. 37-52.
[3] KLEIN, Carlos Jeremias. O Cânon do Antigo Testamento nas igrejas
cristãs. Revista
Eletrônica Correlatio v. 11, n. 21, p. 163-181, 2012.
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