RELIGIÃO,
MORAL E VEGETARIANISMO
NA ANTIGUIDADE GRECO-ROMANA
A proposta de uma dieta vegetariana
tem seus representantes desde os filósofos gregos. Os gregos e os romanos basicamente
se alimentavam de cereais, legumes, verduras e frutas. As carnes consumidas
eram peixes, aves e porco.
O primeiro filósofo a deixar uma
herança a favor do vegetarianismo foi Pitágoras no século VI a. C. A sua defesa
dos animais está vinculada à doutrina de que todos os animais possuíam almas. Além
de uma motivação filosófico-religiosa, ele considerava que comer carne não era
saudável. O filósofo não comia carne e orientava os outros a fazerem o mesmo.
Mais tarde aparece Epicuro (341-270 a.
C.). Este ensinava a busca do prazer e a rejeição da dor. Ele não comia carne
porque considerava um luxo que distraía a pessoa da vida melhor.
Teofrasto (372-287 a. C.) considerava
moralmente errado matar animais e condenava o sacrifício de animais. Ovídio
(43-17 a. C.) cita em seu poema Metamorfoses o apelo de Pitágoras a evitar
comer carne e abandonar o sacrifício de animais. Isso dar a entender que Ovídio
mantinha um estilo de vida semelhante.
Sêneca (4 a. C. – 65 d. C.) foi
vegetariano e condenou a crueldade dos espetáculos romanos. O biógrafo Plutarco (46-120 d. C.) adotou uma
dieta vegetariana e escreveu sobre o assunto. Ele considerava que os animais
eram dotados de razão e que eram dignos de consideração. Em seu ensaio “Sobre
Comer Carne”, ele utilizou muitos argumentos modernos contra o consumo de
carne.
Em por fim, o neoplatônico Plotino
(205-270 d. C.) considerava que todos os animais sentiam prazer e dor como os
seres humanos. Ele afirmava que os seres humanos devem tratar os animais com
compaixão. E Porfírio (232-305 d. C.) defendia que o consumo de carne estimula
a violência e que a justiça deve ser aplicada aos animais também.
Adaptado do texto em inglês “The
Hidden History of Greco-Roman Vegetarianism”de
Nathan Morgan.